sexta-feira, 1 de março de 2019

BULLYNG. NÃO TEM A MENOR GRAÇA!


Você já foi alvo de gozação ou viu alguém sendo ofendido constantemente? Não era brincadeira. Era o bullying em ação.

Bullying. Não tem a menor graça!

A palavra
Sem tradução para o português, bullying é toda agressão feita com a intenção de machucar outra pessoa ou até uma turma inteira. Mas, pra ser considerado bullying de verdade, também é preciso que essa atitude agressiva se repita uma porção de vezes. Sabe aquele garoto que fica gozando do colega todo santo dia, fazendo piadinhas infelizes a respeito da orelha de abano do garoto? Pois essa atitude grosseira, repetitiva, disfarçada de brincadeira, é o tal de bullying. Mas esse comportamento vai além dos apelidos maldosos. Ele também é uma característica de quem gosta de ofender, humilhar, discriminar, intimidar, enfim, de quem se diverte fazendo tudo o que faça uma menina (ou o menino) sofrer.

Menino é diferente
A prática do bullying nem sempre é igual para meninos e meninas. Segundo Aramis Lopes, pediatra e coordenador do Programa de Redução do Comportamento Agressivo entre Estudantes, os garotos são mais explícitos. É comum ver meninos tirando sarro de alguém na frente de todo mundo. "Já a menina é educada para ser mais recatada, discreta. Sendo assim, a estratégia delas é outra", explica o médico. É isso mesmo! A menina é mais sutil e vai, como se diz, "comendo pelas bordas". Uma fofoquinha aqui, uma esnobada ali e lá está ela colocando em prática sua maldade. "A princípio, elas são amigas. Mas, quando vai ver, uma garota já está sendo vítima de difamação e exclusão dentro de seu grupo", acrescenta Aramis.
Quando o assunto é gozação na frente de todo mundo, como nos casos em que o cidadão grita um apelido infeliz pelos quatro cantos da escola, a pedagoga Karen Kaufmann Sacchetto, da Escola São Gabriel Pompéia, em São Paulo, tem a saída: "Evite reforçar essa atitude. Tente ignorar o máximo que puder". E Aramis complementa: "Saia de perto, para a brincadeira não continuar e você não sofrer".
Uma outra forma de agressão tem crescido silenciosa, no meio dos adolescentes: é o cyberbullying. Pouco se fala sobre o assunto no Brasil, mas acontece com muita frequência na internet. Quer exemplos? Os sites de ódio, as comunidades preconceituosas do Orkut, os blogs com mensagens negativas sobre uma pessoa ou um grupo... Fugir disso é fácil. Basta não fazer parte dessa galera de jeito nenhum.
Contar ou não, eis a questão
E os pais, como ficam nessa história toda? A pediatra Aramis alerta: "Procure alguém de sua confiança, um colega, um professor, um funcionário da escola, ou seus pais e conte o que se passa com você. De preferência, os pais só devem interferir com o consentimento dos filhos". Se você estiver certo de que quer a ajuda de seus pais nessa luta, peça uma mãozinha. Do contrário, se tiver medo de que a situação piore, busque apenas o apoio deles, mas não desista de tentar se livrar desse sofrimento. Ficar quieto e aceitar todos os tipos de maldade é o comportamento mais incorreto. Muitas vezes, quando ficamos chateados, não há nada melhor do que o colo e os conselhos do pai e da mãe para nos dar um calorzinho no coração.
A diretoria da escola também pode ser avisada, principalmente em casos mais graves, como os de ameaça.  Crime
Revista Atrevida nº 126
As faces da maldade
Veja o que é considerado bullying pela Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência (Abrapia):
Colocar apelidos, ofender, zoar, gozar, encarnar, sacanear, humilhar, fazer sofrer, discriminar, excluir, isolar, ignorar, intimidar, perseguir, assediar, aterrorizar, amedrontar, tiranizar, dominar, agredir, bater, chutar, empurrar, ferir, roubar   quebrar pertences.

Eu sei o que é bullying

Depoimento 1: “Tem um menino da 3º série que vive me ameaçando, pedindo dinheiro e lanche. Ele me bateu na saída. Ele me cobrava R$ 1,00. Um dia, eu entrei na escola, e ele me bateu na classe e também cobrou R$1,50. Se eu não desse o dinheiro ele me batia na saída. Então eu corri e contei para o diretor que ele queria me bater na rua e na entrada. Ele me bateu e agora cobra R$ 2,50 e fica me ameaçando...” (aluno da 3º série – 9 anos – Escola não citada)

Depoimento 2: “Não vou mentir, meus colegas me tratam muito mal, com violência verbal, porém, quanto mais me tratam mal, mais rancor eu tenho dos meus companheiros da escola. Sou caluniado porque sempre tiro notas boas e, se contar para os professores e a direção, eles falam que vão me pegar. Por isso, fico quieto...” (aluno da 6º série – 12 anos – Escola não citada)
Depoimentos colhidos pela pesquisadora Cleo Fonte

Depoimento 3: “Penso assim: dê risada com o seu amigo e não dele. Já fui vítima do bullying quando tinha seis anos, sei como é ruim ser zoado e não gosto que fiquem fazendo isso com os outros. A plateia que se forma dentro da classe pra rir do bullying só incentiva a atitude. Só tem palhaço porque tem quem dê risada”. (MFB, 2º ano do Ensino Médio – 16 anos – São Paulo) 

Depoimento 4: “Formamos uma brigada antiblullying, com o objetivo de defender as vítimas de agressores. Aconselho o aluno vítima dos colegas a nunca revidar, a nunca agir de forma violenta. Conversamos com os colegas autores das brincadeiras sem graça, e comunicamos à diretoria nos casos mais graves”. (D.C.F., 8º série – 15 anos – presidente do Grêmio estudantil do Colégio Academia Horácio Berlinck – São Paulo)  

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

1-      Com base nos textos lidos, responda: O que é bullying?
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2- Observe a idade e a série em que estão os autores dos depoimentos no boxe “Eu sei o que é bullying”.
a)         O bullying é um fenômeno que ocorre exclusivamente entre estudantes de certa idade ou de determinada série escolar? Justifique a sua resposta.
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b)        Compare os dois primeiros depoimentos com os tipos de bullying indicados no boxe “As faces da maldade” e indique o tipo de bullying que é praticado nessas duas situações.
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3- As crianças e adolescentes vítimas de bullying receiam contar o que vivem aos pais ou aos professores e funcionários da escola por vergonha ou por medo de piorar a situação. Qual é a opinião da especialista a respeito disso?
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4- Apesar de alguns estudantes se silenciarem quando veem o bullying acontecer, nem todos concordam com esse tipo de comportamento. Alguns chegam até a formar uma brigada antibullying nas escolas.
a) Que estratégias o estudantes D.C.F., 15 anos, sugere para neutralizar aqueles que praticam o bullying?
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b) Segundo o estudante M.F.B., 16 anos, “Só tem palhaço porque tem gente que dá risada”. O que quer dizer essa frase nesse contexto?
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c) Para o estudante M.F.B, quem ri só incentiva a atitude. Dessa forma, podemos dizer que a “plateia” também participa do bullying porque não denuncia o que vê. Quem se omite também participa? Por quê?
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